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Biogás é alternativa para minimizar impacto ambiental

Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011
Biogás é alternativa para minimizar impacto ambiental

A produção e o aproveitamento energético do biogás em aterros sanitários e na suinocultura são a melhor alternativa para minimizar o impacto ambiental, leia-se o agravamento do efeito estufa, causado por esses empreendimentos em países em desenvolvimento, como o Brasil. A sugestão partiu de especialistas em meio ambiente de países da América Latina, Ásia e Europa que participaram do Seminário Internacional WasteNet, realizado pelo Senai Paraná nesta quarta (4) e quinta-feira (5), em Curitiba.

O biogás é uma mistura gasosa proveniente de diversos tipos de resíduos que contenham matéria orgânica, como lixo orgânico e dejetos de animais. “O biogás é rico em metano e dióxido de carbono e pode ser utilizado como fonte energética similar ao gás natural”, enalteceu João Wagner Silva Alves, gerente da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) de São Paulo, em palestra proferida nesta quinta-feira.

Para isso, os resíduos precisam ser digeridos por micro-organismos em biodigestores – em um processo de decomposição anaeróbia (sem a entrada de oxigênio), estimulando a produção de metano e dióxido de carbono, principais componentes do biogás.

Segundo Alves, além do ganho econômico o investimento gera um bom resultado na imagem da empresa. “O principal é o ganho de imagem que a empresa tem junto à opinião pública”, destacou. O Brasil produz hoje, disse Alves, 2 milhões de toneladas de biogás por ano. “O equivalente a 1% da geração energética nacional. Ainda é muito pouco. As possibilidades são enormes”, observou o gerente da Cetesb.

De acordo com ele, o investimento é alto – US$ 1 mil por 1 kilowatt de energia instalada – mas pode ser amortizado em curto prazo. O palestrante apresentou um case que sustentou a afirmação. O aterro Bandeirantes, em São Paulo, segundo ele, recebeu investimento de R$ 60 milhões. O volume de biogás produzido no aterro (20 megawatts), cuja vida útil foi projetada para 10 anos, é capaz de abastecer uma cidade de 400 mil habitantes. “No primeiro leilão que participou da BMF de São Paulo, após o primeiro período de certificação dos créditos de carbono, as ações comercializadas praticamente pagaram o investimento”, disse Alves.

A palestra da chinesa Jingjing Huang, que defende tese de mestrado na Universidade de Stuttgart, foi na mesma linha. Sob o tema “Pequenas plantas de biogás descentralizadas na China”, Jingjing frisou que o biogás pode ser usado para “cozinhar, iluminar, aquecer, combustão e também como fertilizante. Os benefícios são sociais, ambientais e econômicos. O Brasil também pode usar o biogás como alternativa”, completou.

O gerente da divisão de Tecnologia Social do Tecpar, Alexandre Akira Takmatsu, apresentou o projeto de biossistemas integrados desenvolvido, desde 2000, na região Oeste do Paraná.
Através do reaproveitamento de dejetos de suínos, é possível obter três produtos: biogás, biofertilizante usado nas lavouras e alimento para peixes. “Numa propriedade com 4 mil suínos, é possível economizar R$ 800 por mês com energia, se o biogás, resultante da decomposição dos dejetos, for utilizado”, afirmou.

A cultura mais rentável, entretanto, é a piscicultura. “A partir da biomassa das algas fazemos alimentos para os peixes. Esse composto, além de ser mais barato, é mais nutritivo, fazendo com que os peixes ganhem peso mais rápido”, apontou, destacando que cerca de 70% do retorno econômico na propriedade vem da produção de peixes. “Transformamos todo o resíduo e ainda temos os ganhos ambientais”, considerou Takmasu.

O seminário integra os trabalhos da WasteNet, uma rede internacional de cooperação que reúne pesquisadores de universidades da América Latina, Europa e Ásia para a troca de experiências e o desenvolvimento de pesquisas em prol do manejo sustentável de resíduos sólidos. A unidade do Senai CIC/Cetsam é a representante do Brasil.

Reciclagem

Outro tema em evidência no seminário foi a agregação de valor aos resíduos. Segundo o diretor-executivo do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), André Vilhena, a reciclagem é uma das formas de agregar valor e teve um avanço relevante no Brasil nos últimos anos. “Enquanto em 1994 apenas 81 municípios brasileiros faziam coleta seletiva de forma significativa, em 2008 este número foi para 405 - cerca de 7% do total de municípios do país. Mesmo com a evolução, é preciso aperfeiçoar alguns pontos que ainda limitam um maior crescimento”, disse.

Vilhena elogiou o trabalho desenvolvido em Curitiba. “Curitiba é um exemplo. Foi uma das primeiras capitais a implantar um programa de coleta seletiva em grande escala”, afirmou, lembrando que o desafio é a participação da população. “A falta de participação da população ainda é o gargalo para a coleta seletiva no país.”

A representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis no Paraná, Marilza Aparecida de Lima, ressaltou o trabalho dos catadores como fundamental no processo da reciclagem. “Ainda vemos os grandes geradores, como a indústria e o comércio, não separando o lixo ou separando de forma errada. Eles ainda não enxergaram que os catadores contribuem muito com o meio ambiente”, disse.

Dados da Prefeitura mostram que Curitiba conta com 15 mil catadores de materiais recicláveis, dos quais 8 mil são mulheres. Por mês, são recolhidas 380 toneladas de materiais recicláveis. “Apesar das campanhas da prefeitura de incentivo à separação do lixo, ainda falta uma conscientização quanto à necessidade de fazer a separação adequada entre os materiais orgânicos e os recicláveis”, destaca Marilza, ressaltando que é necessário mudar a visão da sociedade em relação ao trabalho do catador. “Quando o catador sai com um uniforme com o emblema da prefeitura, ele passa a ser cidadão. Do contrário, ele não é ninguém”, reforça.

FONTE: http://www.fiepr.org.br/

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