Santa Catarina venceu, nesta segunda-feira, 27, a etapa mais importante para abrir o mercado japonês à carne suína produzida no Estado. Após a reunião da Comissão de Sanidade Animal (CSA) do Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, o Estado foi aprovado na avaliação de risco.
Na próxima quarta-feira, 29, os secretários Enio Marques e Célio Porto, de Defesa Agropecuária e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, estarão em Tóquio para apresentar uma primeira proposta de Certificado Sanitário Internacional (CSI) às autoridades do Japão. Todo o processo deverá estar concluído em outubro.
Abrir o mercado japonês é mais do que conquistar um novo espaço para a produção catarinense. “O Japão paga um valor maior do que a média externa, é um mercado seguro e equilibrado. Isso vai melhorar nossos negócios, valorizar a atividade e ajudar a superar a crise no setor”, destacou o governador Raimundo Colombo.
O Estado negocia a abertura de mercado para a carne suína no Japão desde 2007, quando conquistou o título de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Atualmente, são exportadas 150 mil toneladas de carne suína produzida no Oeste catarinense para Rússia e Coreia do Sul. A expectativa é que o mercado japonês compre mais 130 mil toneladas por ano, em um primeiro momento.
O presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri, explica que Japão e Coreia só importam produtos de zonas livres de febre aftosa sem vacinação. No Brasil, apenas Santa Catarina tem essa condição. “Produzimos, por ano, 800 mil toneladas de carne suína e vamos abrir o mercado que tem a condição de importar o dobro dessa produção. Não tenho nenhuma dúvida de que os benefícios econômicos para Santa Catarina serão nossa redenção”, informou.
O Japão é o principal importador de carne suína do mundo. O país compra, em média, 1,3 milhão de toneladas por ano. Em seguida vem a Rússia, com 800 mil toneladas. Hoje, cerca de 43% do que é produzido em Santa Catarina vai para a Rússia. O terceiro maior comprador é a Coreia do Sul.
Próximo passo: negociar Certificado Sanitário Internacional
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora da Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, confirma que a decisão das autoridades japonesas equaciona a questão de saúde animal para o comércio de carne suína entre o Brasil e o Japão. Falta, ainda, a negociação dos termos do Certificado Sanitário Internacional – CSI, a ser emitido pelas autoridades do Brasil. O CSI acompanhará as remessas, garantindo que os requisitos de sanidade animal da carne suína atendem todas as exigências apresentadas pelas autoridades japonesas durante o processo de aprovação.
Lista de estabelecimentos de abate
Na sequência, as autoridades do Japão deverão aprovar uma lista de estabelecimentos de abate que atendem as exigências de saúde pública em relação a higiene e controles laboratoriais. “A etapa aprovada hoje, porém, representa de longe a mais difícil, e avaliamos que o restante deverá ser equacionado muito rapidamente”, afirma Pedro de Camargo Neto.
Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca.