O mercado brasileiro de carne suína apresentou um desempenho satisfatório em termos de preço ao longo de setembro. Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, a média de preços do quilo vivo na região Centro-Sul subiu 20,05% entre o final de agosto e o encerramento de setembro, quando passou de R$ 3,25 para R$ 3,91. “Tivemos uma demanda aquecida, especialmente na primeira quinzena, o que favoreceu ajustes no preço, somada à reposição dos custos de produção, oriundos da forte alta do milho e do farelo de soja”, explica.
Na segunda quinzena, o consumo mostrou sinais de retração, algo característico para o período, muito embora os preços tenham mantido um comportamento satisfatório, garantindo a firmeza do mercado suíno. “Nesse ponto as exportações tiveram uma contribuição muito positiva, com o registro de embarques de 45,2 mil toneladas para a carne suína in natura em setembro”, explica.
Conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, a média diária de embarques ficou em 2,2 mil toneladas e o preço médio por tonelada em US$ 2.493,5. A receita obtida foi de US$ 112,6 milhões nos 21 dias úteis do mês, com média diária de US$ 5,4 milhões.
O desempenho representa uma alta de 6,3% frente à média diária de US$ 5,0 milhões obtida em agosto, que teve receita total de US$ 106,0 milhões. Em volume, houve valorização de 7,2% frente à média diária de embarques de 2,0 mil toneladas de agosto, quando o Brasil exportou 42,1 mil toneladas de carne suína. O preço médio teve baixa de 0,9% em relação aos US$ 2.515,4 por tonelada obtidos em agosto.
No atacado, a média de preços dos cortes de pernil em setembro subiu 10,6% ante agosto, de R$ 6,41 para R$ 7,09. Já para a carcaça, o preço indicou avanço de 19,54%, passando de R$ 5,18 para R$ 6,19 no Centro-Sul. “Para o pernil, a exemplo da semana passada, os aumentos mais expressivos ocorreram em São Paulo e no Paraná, de 6,84% e 5,79%, respectivamente. Na carcaça, as maiores elevações também aconteceram nestes estados”, comenta.
Para o mês de outubro e o último trimestre do ano, Maia acredita que os preços da carne suína possam seguir em elevação. “Este é o período de maior consumo no ano, o que pode alavancar os preços. É preciso ressaltar também os fortes valores cobrados pela carne bovina e a atual crise econômica, que leva o consumidor a procurar uma opção de proteína animal mais acessível. Isso pode fazer com que a carne suína ganha um espaço ainda maior na mesa do brasileiro”, disse.
Outro ponto de atenção para os meses restantes do ano diz respeito aos preços do milho e do farelo de soja. “No caso do cereal, os preços em São Paulo estão quase 60% maiores frente ao mesmo período do ano passado e em 52,5% no Paraná”, alerta. “Possivelmente haverá uma pressão destes custos nos preços da carne suína”, acrescenta.
A análise mensal de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo foi cotada a R$ 87,00, alta de 24,73% frente aos R$ 69,75 praticados no final de agosto. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo subiu de R$ 2,93 para R$ 3,10, enquanto no interior a cotação avançou de R$ 3,25 para R$ 4,19. Em Santa Catarina o preço do quilo passou de R$ 2,95 para R$ 3,17 na integração. No interior, a cotação avançou de R$ 3,95 para R$ 4,24. No Paraná o quilo vivo subiu de R$ 3,25 para R$ 4,02 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo teve alta de R$ 3,45 para R$ 4,35.
No Mato Grosso do Sul a cotação subiu de R$ 3,00 para R$ 3,17 na integração, enquanto em Campo Grande o preço teve acréscimo de vinte centavos e chegou a R$ 3,45. Em Goiânia, o preço subiu de R$ 3,75 para R$ 4,65. No interior de Minas Gerais o quilo avançou de R$ 3,80 para R$ 4,70. No mercado independente mineiro a cotação teve alta de R$ 3,40 para R$ 4,12. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis subiu de R$ 2,90 para R$ 3,40. Já na integração do estado a cotação avançou de R$ 2,75 para R$ 3,17.
Fonte: Agência Safras
