A cada semana, o mercado brasileiro de carne suína vem apresentando um quadro de valorização nas cotações, segundo levantamento de SAFRAS & Mercado. O preço na região Centro-Sul estabeleceu um novo recorde nesta quinta-feira (25), atingindo um valor médio de R$ 4,03, que supera em 1,9% os R$ 3,96 praticados na semana passada.
O analista Allan Hedler destaca que este movimento altista foi mantido mesmo em um período de final de mês, decorrente da baixa oferta de animais prontos para o abate e da valorização de preços apresentada pelas principais carnes concorrentes. No atacado, o preço médio da carcaça teve uma leve queda, de 0,4%, passando de R$ 6,22 para R$ 6,20. No pernil, por sua vez, a cotação média se manteve em R$ 7,03.
Hedler sinaliza que o mercado deve manter um ritmo positivo tanto em preços quanto em demanda na próxima semana, influenciado pelo recebimento da massa salarial.
Nas exportações, o analista comenta que o desempenho não vem confirmando a expectativa do mercado em torno de grandes aumentos nos volumes embarcados, especialmente para a Rússia. “Com os embargos dos Estados Unidos e da União Europeia havia um indicativo de melhora nas exportações brasileiras. O fato é que o Brasil já estava atendendo a esses mercados no ano passado, o que, na prática, não se refletiu em grandes aumentos nos volumes embarcados até agora”, ressalta.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) na última segunda-feira (22), as exportações de carne suína in natura registraram uma média diária de 1,6 mil toneladas até a terceira semana de setembro, retração de 5,1% se comparado à média diária de 1,7 mil toneladas registradas em agosto. “No acumulado do mês foram exportadas 24,1 mil toneladas, com faturamento total de US$ 95,5 milhões, o que indica uma retração no ritmo de embarques se comparado ao mês anterior”, informa.
Hedler afirma que a disponibilidade interna de carne suína de janeiro a julho ficou em 1,69 milhão de toneladas, volume 3% menor se comparado às 1,75 milhão de toneladas ofertadas no mercado doméstico no mesmo período do ano passado, o que tem contribuído para o bom andamento das cotações tanto para o suíno vivo quanto para o mercado atacadista. “A perspectiva é de que este cenário de menor oferta interna seja mantido até o final de 2014”, projeta.
A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que em São Paulo a arroba suína subiu de R$ 88,00 para R$ 89,00. No Rio Grande do Sul o quilo vivo na integração seguiu em R$ 3,21. No interior, o quilo vivo avançou de R$ 4,45 para R$ 4,47.. Em Santa Catarina o preço do quilo vivo seguiu em R$ 3,20 na integração e a R$ 4,20 no interior. No mercado livre do Paraná o preço passou de R$ 4,27 para R$ 4,30, enquanto na integração a cotação passou de R$ 4,02 para R$ 4,27.
No Mato Grosso do Sul a cotação seguiu em R$ 3,10 na integração e a R$ 3,60 em Campo Grande. Em Goiânia, o preço continuou em R$ 4,50. No interior de Minas Gerais a cotação permaneceu em R$ 4,50, com o quilo sendo mantido a R$ 4,10 no mercado independente. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo subiu de R$ 3,20 para R$ 3,80 em Rondonópolis e de R$ 3,63 para R$ 3,68 na integração do estado.
Fonte: Agência SAFRAS